top of page
  • Foto do escritorÂndrea Potenza

O Macaco e a Banana

Há muito tempo, lá no meio da mata, vivia um macaco sapeca e magrelo, e como todos os seus irmãos, ele também era louco por bananas. Seu apelido era Sibito. Certo dia, ele conseguiu uma banana bem madura e rapidamente subiu em uma árvore bem alta e antiga para comer sua banana sossegado. Mas quando ele começou a descascar, pluft... A banana escorregou e foi cair bem dentro de um buraco que havia no tronco dessa árvore. Sibito desceu depressa, enfiou a mão no buraco, se esticou todo, ficou na ponta do pé e nada de alcançar sua banana, pois o buraco era muito fundo.




Naquele desespero, Sibito ouviu um barulho e quando se virou para olhar, era um lenhador que ia passando. Sibito correu na direção do lenhador e foi logo dizendo:— Lenhador, lenhador, por favor, corta esta árvore para eu pegar minha banana, que eu estou com muita fome! O lenhador olhou para o macaco e disse:— Posso não, seu macaco! Quem manda aqui é o guarda!


O macaco foi depressa atrás do guarda, logo dizendo:— Seu guarda, seu guarda, por favor, fala com o lenhador para ele cortar a árvore para eu pegar minha banana, que eu estou com muita fome!— Posso não, seu macaco! Quem manda aqui é o rei!


O macaco correu para o castelo e foi procurar o rei. Chegando lá, foi logo dizendo:— Senhor rei, senhor rei, por favor, dá a ordem ao guarda, para o guarda falar com o lenhador, para o lenhador cortar a árvore, para eu pegar minha banana, que eu estou com muita fome!— Posso não, seu macaco! Hoje vai ter o baile da rainha, e é ela que manda na festa!


Então o macaco não desistiu e foi procurar a rainha. Ao vê-la, foi logo dizendo:— Rainha, rainha, por favor, convença o rei a dar a ordem ao guarda, para o guarda falar com o lenhador, para o lenhador cortar a árvore, para eu pegar minha banana, que eu estou com muita fome!— Posso não, seu macaco! Estou muito ocupada experimentando o meu vestido novo!


Mas o macaco não desistiu. Ele viu, no canto do salão real, um ratinho cinzento, chegou per to dele e foi logo dizendo:— Ratinho, ratinho, por favor, roa o vestido da rainha, para ela convencer o rei, para o rei dar a ordem ao guarda, para o guarda falar com o lenhador, para ele cortar a árvore para eu pegar minha banana, que eu estou com muita fome!— Posso não, seu macaco! Vou comer o meu queijo!


Mas o macaco não desistiu. Ele viu no corredor um gato malhado e, chegando junto dele, foi logo dizendo:— Gatinho, gatinho, por favor, corra atrás do rato, para o rato roer o vestido da rainha, para a rainha convencer o rei, para o rei dar a ordem ao guarda, para o guarda falar com o lenhador, para o lenhador cortar a árvore, para eu pegar minha banana, que eu estou com muita fome!— Posso não, seu macaco! Está na hora do meu cochilo nas almofadas.


Mas o macaco não desistiu e correu até o por tão do castelo para procurar o cachorro e, ao vê-lo, foi logo dizendo:— Cachorro, cachorro, por favor, pegue o gato, para o gato correr atrás do rato, para o rato roer o vestido da rainha, para a rainha convencer o rei, para o rei dar a ordem ao guarda, para o guarda falar com o lenhador, para o lenhador cortar a árvore, para eu pegar minha banana, que eu estou com muita fome!— Posso não, seu macaco! Vou roer o meu osso, não quero ir atrás de gato nenhum, não!


O macaco Sibito já estava tonto e cansado, mas não desistiu. Voltou para a mata, foi atrás da onça que estava deitada na beira do rio e foi logo dizendo:— Onça, onça, por favor, vá perseguir o cachorro, para o cachorro pegar o gato, para o gato correr atrás do rato, para o rato roer o vestido da rainha, para a rainha convencer o rei, para o rei dar a ordem ao guarda, para o guarda falar com o lenhador, para o lenhador cortar a árvore, para eu pegar minha banana, que eu estou com muita fome!— Posso não, seu macaco! Está na hora do meu banho de rio. Vá passando!


Mas o macaco ainda não desistiu, correu atrás do caçador e foi logo dizendo:— Seu caçador, seu caçador, por favor, vá caçar a onça, para a onça perseguir o cachorro, para o cachorro pegar o gato, para o gato correr atrás do rato, para o rato roer o vestido da rainha, para a rainha convencer o rei, para o rei dar a ordem ao guarda, para o guarda falar com o lenhador, para o lenhador cortar a árvore, para eu pegar minha banana, que eu estou com muita fome!— Posso não, seu macaco! Não quero caçar onça, não senhor!


Então o macaco lembrou-se de alguém que todo mundo tinha medo, e foi falar com a Dona Mor te:— Dona Mor te, Dona Mor te, por favor, chegue pertinho do caçador, para o caçador caçar a onça, para a onça perseguir o cachorro, para o cachorro pegar o gato, para o gato correr atrás do rato, para o rato roer o vestido da rainha, para a rainha convencer o rei, para o rei dar a ordem ao guarda, para o guarda falar com o lenhador, para o lenhador cortar a árvore, para eu pegar minha banana, que eu estou com muita fome!— Posso sim, seu macaco, é claro que eu vou lhe ajudar!


E quando a Dona Mor te chegou pertinho do caçador, ele tremeu de medo e foi depressa caçar a onça, que foi perseguir o cachorro, que foi pegar o gato, que foi correr atrás do rato, que foi roer o vestido da rainha, que foi convencer o rei, que foi dar a ordem ao guarda, que foi falar com o lenhador e, quando o lenhador levantou o machado para cortar a árvore, ouviu-se um barulho:— Aaaaah! Era a árvore que acabava de acordar com aquele barulho todo e perguntou:— O que é que está acontecendo? Que tanta gente é essa aqui?— Eu vou lhe cortar, Dona Árvore, para o macaco pegar a banana que caiu dentro do seu tronco — respondeu o lenhador.— Não me cor te não, lenhador! E, rapidamente, a árvore se balançou, fez glup... e a banana saltou do tronco caindo bem na mão do macaco.


O macaco ficou feliz da vida com sua banana madura e cantou assim:— Eu não desisto, eu não desisto, eu não desisto assim tão fácil, não! Eu sou Sibito, eu sou Sibito, eu sou Sibito, mas sou muito espertão! E a árvore lhe disse:— Parabéns, seu macaco Sibito! Você não desiste mesmo do que quer, hein? Aperreou dez até conseguir. E foi assim que o macaco Sibito comeu sua banana embaixo da árvore mesmo, pois fi c ou com um baita medo de subir! O que era de papel, molhou-se. O que era de vidro, quebrou-se. O que foi de emoção, guardou-se. Assim me contaram, assim vos contei. Termina aqui o Era Uma Vez.


E essa é nossa história preferida no momento.

Autora é a Drica Shinohara


Esperamos que gostem!

8 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page